A música tonal se baseia no conceito de funções, que são forças que geram movimentos de afastamento, atração e repouso. São 3 as funções que regem o pensamento funcional: Tônica, Dominante e Subdominante. A escala maior é a referência para este assunto, porque é o ponto de partida da música tonal. Portanto, entender os graus da escala maior é preliminar ao estudo das funções na música tonal.
ATENÇÃO: Este é um assunto que pode ser confuso ao iniciante, porque requer um estudo preparatório para sua total compreensão. Apenas nomear os graus de uma escala não significa muita coisa. É preciso entender sua aplicação prática.
Graus Protagonistas:
Primeiro Grau (Tônica): Estado de repouso e resolução. A tônica representa a falta de movimento, porque é o grande objetivo dos movimentos funcionais. A tônica é o "centro gravitacional" ao qual todos os acontecimentos funcionais estão relacionados. A tônica é o estado de conclusão.
Quinto Grau (Dominante): Aproximação em direção à tônica. A dominante é o estado de maior tensão, que antecipa a resolução e chama avidamente por ela. Além da resolução melódica em quinta descendente, a tétrade da dominante contém o trítono da tonalidade e por isso a dominante é a representante do estado de suspensão.
Quarto Grau (Subdominante): Representa o afastamento da tônica. O movimento da subdominante clama pela novidade e renega a tônica. A tônica, na verdade, é a dominante de sua subdominante, logo, o estado da subdominante é também de conclusão, mas em um novo lugar. Porém, o que representa a subdominante é o movimento de afastamento.
Graus restantes:
Entendendo estas 3 funções principais, vamos à nomeação dos graus restantes da escala maior e seus respectivos papéis neste jogo de forças e atrações da música tonal:
Segundo Grau (Supertônica): Recebe este nome por estar um grau acima da tônica, e nada mais. O segundo grau na verdade funciona como substituto à subdominante, por conter em sua tétrade todas as 3 notas da tríade da subdominante. Isoladamente, o segundo grau também funciona como dominante secundária da dominante, gerando um efeito de atração à dominante, que então gera outro efeito de atração à tônica. Não por menos, a cadência 'II - V - I' é uma das mais tradicionais na música tonal.
Terceiro Grau (Mediante): O terceiro grau determina o modo da escala - se é maior ou menor. O terceiro grau maior também pode ser entendido como substituto da tônica, por conter em sua tétrade uma composição que pode ser entendida como acorde de primeiro grau com sétima e nona 'X7(9)', tendo sua fundamental omitida.
Sexto Grau (Superdominante): O nome é enganoso e significa apenas que o sexto grau está acima do quinto, que é a dominante. Na verdade, o sexto grau também é chamado de relativo menor, e pode ser usado como substituto da tônica - por ser o relativo menor e por conter em sua tétrade todas as três notas da tríade do primeiro grau.
Sétimo Grau (Sensível): Chama-se sensível por estar a um semitom da tônica, causando um efeito de tensão suspensiva que clama por sua resolução. A tétrade da sensível contém o trítono da dominante e por isso o sétimo grau é um grau dominante também.
Conclusão:
Nomear graus de uma escala é um assunto que parece simples, mas sua aplicação prática requer estudo preparatório. O estudo das funções e de todos esses temas relacionados deve ser não somente teórico, mas também auditivo. Nada disso faz sentido se o ouvido não compreende também. Ouvir é imprescindível para a compreensão!
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